O Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado em 24 de março, reforça sobre a importância do diagnóstico precoce, dos avanços no tratamento e das campanhas de conscientização sobre essa doença que ainda representa um grave problema de saúde pública em diversas regiões do mundo.
De acordo com dados do mais recente boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde, no período de 2018 a 2023, mais de 165 mil pessoas iniciaram tratamentos preventivos de tuberculose, com o ano de 2023 sendo o de maior destaque, registrando 42.539 casos.
A tuberculose pulmonar é a forma mais comum e contagiosa da doença. Ela geralmente se inicia com um sintoma aparentemente simples: a tosse persistente. De acordo com o médico pneumologista e intensivista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Alexandre Amilar Silveira, a tosse por mais de três semanas é um sinal claro de alerta. “A maioria dos casos de tuberculose pulmonar se manifesta inicialmente por tosse. O Ministério da Saúde recomenda que qualquer pessoa que apresente tosse por mais de 21 dias procure uma unidade de saúde para ser avaliada”, explica Dr. Alexandre.
Segundo o profissional, a detecção precoce da doença é crucial para reduzir o risco de danos permanentes aos pulmões e diminuir a transmissão da bactéria para outras pessoas. “O diagnóstico precoce permite que a doença seja tratada rapidamente, o que pode reduzir sequelas pulmonares e o tempo de transmissão. Quanto mais cedo identificarmos a doença, maior a chance de cura e menores as lesões pulmonares”, afirma o especialista.
O médico explica que o exame recomendado para o diagnóstico é o teste rápido molecular, realizado por meio da coleta de escarro, que identifica a presença da bactéria causadora da tuberculose, disponível tanto no Sistema Único de Saúde, quanto no privado.
Alexandre também destaca que a vacinação desempenha um papel fundamental na prevenção. “A vacinação tem um papel muito importante, especialmente nas formas mais graves da doença, como a tuberculose meníngea, que afeta o cérebro, e a tuberculose miliar, uma forma que se espalha pelo corpo. A vacina BCG, aplicada nas primeiras semanas de vida, é um importante recurso para proteger as crianças dessas formas severas”, destaca.
A tuberculose, embora curável, ainda sofre com o estigma social, o que pode fazer com que muitas pessoas evitem procurar ajuda quando apresentam sintomas. “Há uma certa resistência, uma espécie de preconceito em relação à doença, o que remete a épocas de sanatórios e isolamento social. Por isso, é importante que as campanhas de conscientização sejam contínuas e educativas, mostrando que a tuberculose é uma doença tratável e que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para a cura”, explica o médico.
Além dos avanços nos tratamentos e da conscientização sobre a doença, a sociedade também tem um papel crucial na erradicação da tuberculose. Dr. Alexandre destaca que é essencial a colaboração entre as equipes de saúde e a comunidade para o sucesso do tratamento. “É importante entender os mecanismos de transmissão e a importância do tratamento contínuo para combater a doença. Quando a comunidade se envolve, o processo de cura é mais eficaz”, afirma.
A importância de seguir o tratamento
De acordo com o médico, além do diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento completo é essencial para a cura da doença. O tratamento para a tuberculose pulmonar geralmente dura seis meses e requer a ingestão diária de medicamentos.
Dr. Alexandre enfatiza, ainda, que embora a pessoa possa sentir melhora nos primeiros meses, é fundamental completar o tratamento para evitar recaídas e a resistência bacteriana. “O tratamento é longo, mas quando feito corretamente, com acompanhamento médico e adesão rigorosa ao esquema de medicamentos, a chance de cura é de quase 100%. Interromper o tratamento precocemente pode resultar em novas infecções e até complicações graves”, alerta.
Além disso, o médico destaca que o tratamento é acessível à população. “O SUS oferece tratamento gratuito, com acompanhamento especializado por até seis meses, garantindo altas taxas de cura para quem segue o tratamento corretamente”, pontua o médico da FSFX.
Fundação São Francisco Xavier
A Fundação São Francisco Xavier é uma entidade filantrópica que atua desde 1969 e conta com cerca de 6.200 colaboradores. Atualmente, administra duas unidades hospitalares, sendo o Hospital Márcio Cunha com cerca de 70% dos atendimentos pelo SUS, em Ipatinga, e o Hospital Municipal Carlos Chagas com 100% dos atendimentos pelo SUS, em Itabira (MG).
As unidades hospitalares têm uma gestão marcada pela responsabilidade, pela oferta de atendimentos de excelência e pelas melhores práticas de segurança. Além das unidades hospitalares, a Fundação é responsável por administrar a operadora de Planos de Saúde Usisaúde, que possui mais de 200 mil vidas, o Centro de Odontologia Integrada, que mantém os melhores indicadores de saúde bucal já divulgados no Brasil, e o Serviço de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente – Vita, que soma mais de 160 mil vidas sob sua gestão.
Na área educacional, o Colégio São Francisco Xavier, unidade precursora localizada em Ipatinga, é referência em Educação na região, com cerca de 2 mil alunos, da educação infantil à formação técnica.