Circo Teatro Fool, cia circense de Ipatinga, comemora o dia do circo e faz apelo para a valorização desta arte milenar

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O picadeiro é o pai dos palcos, o mais democrático espaço onde as mais variadas formas de artes e esportes se encontram. O Circo é uma arte milenar e, debaixo da lona, famílias inteiras de artistas dedicam suas vidas ao oficio ancestral de “ser de circo”. Os artistas circenses são famosos por sua polivalência através dos saberes do circo, que são verdadeiros tesouros da sobrevivência artística nômade. Os circenses naturalmente são criados para dominar várias habilidades, que vão muito além do picadeiro. O circo é uma cultura de aprimoramento através da repetição, ou seja, são anos e anos de treinamento, pesquisa, leitura, exercícios de interpretação, trabalho físico e vocal. Aprendizado sobre maquiagem, cenografia, adereçagem, e ainda, estudos de engenharia para a montagem das estruturas, etc…

Um espetáculo tradicional de circo é composto por várias trupes, cada uma delas apresentando uma ou mais atrações durante o show. Estas trupes, na verdade, são oriundas das famílias de artistas, que migram de circo em circo apresentando os números de seu repertório. No Brasil, existem famílias tradicionais de circo que são bastante conhecidas, como: Família Garcia, família Stankowich, família Robatinni, família Gatica, família Brascuper… Uma dessas famílias escolheu Ipatinga para morar no inicio da década de 1980, a família Campos, militante de uma brilhante trajetória em diversos circos populares do Brasil. Em sua chegada á cidade, a família de artistas foi morar no bairro Iguaçu, e passaram a realizar participações em vários circos que vinham para Ipatinga. Com o passar dos anos, a família do palhaço “Cacareco” deixou de trabalhar nos picadeiros. Anos depois nasce Luís Yuner Campos, que reacende a chama da tradição circense de sua família, criando o Circo Teatro Fool, e contribuindo de maneira robusta com a arte ancestral do circo com a identidade cultural de Ipatinga.

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O Circo Teatro Fool atua no cenário artístico brasileiro, produzindo espetáculos, performances, workshops e oficinas culturais. Criado em 2005 pelo Ator e Circense Luís Yuner, e tendo circulado por todos os estados do país, a Cia possui em seu dna a tradição circense, as técnicas teatrais, o folclore popular e a musicalidade brasileira. Com 19 espetáculos em repertório, dos mais variados temas, e diversas intervenções temáticas no âmbito corporativo, o Circo Teatro Fool atua em caravanas culturais e festivais de circo e teatro por todo o Brasil. Ao longo de sua trajetória, a cia também produziu filmes e documentários, todos disponíveis em nosso canal do YouTube. O Circo Teatro Fool realiza o “Encontro de Palhaços de Ipatinga”, um dos eventos mais importantes do calendário Cultural do Vale do Aço. Realizado desde 2007, sempre no fim de semana próximo ao dia 10 de dezembro, data em que comemora-se nacionalmente o dia do palhaço. O “Encontro de palhaços” não possui patrocínio, não tem fins lucrativos, e é aberto ao público, reunindo centenas de pessoas em todas as edições no Parque Ipanema, se consagrando um dos eventos mais aguardados pela população.  O evento é um show de variedades, composto por artistas de diversos seguimentos culturais do Vale do Aço, em homenagem aos palhaços e palhaças do Brasil. Este ano o evento chegará em sua 19* edição. Ao longo desses 20 anos de Circo Fool em Ipatinga, a cia se apresentou nos quatro cantos da cidade, encantando as praças, escolas, teatros e comunidades rurais.

Segundo Luís Yuner, viver de arte neste país é extremamente desafiador, sobretudo as artes itinerantes como o circo. Chegar na cidade e convencer o público a prestigiar o nosso trabalho não é tarefa fácil. Sem contar com as despesas de produção, alvarás, alugueis de terrenos e de equipamentos, publicidade, requerimentos e taxas de água e luz, laudos de arquitetos e de bombeiros… E ainda, a resistência de algumas instituições públicas de ensino, que dificultam o ingresso das crianças nômades nas escolas, mesmo sendo amparadas pela LEI da educação em trânsito…  Sem contar com a discriminação de alguns gestores públicos, que fecham as portas da cidade para os circos, justificando que a atração “veio tirar o dinheiro do povo daquela cidade”. Se há uma coisa que o circo faz com maestria, é espalhar arte, justamente por sua identidade itinerante. “O povo vai ao teatro. O circo vai ao povo”! Nos lugarejos mais longínquos, onde não há presença da manifestação cultural, logo chega um circo e transforma a vida daquele povo. O circo é a nossa sina, o nosso destino. O circo é arte ancestral, e há séculos contribui de maneira robusta com a cultura da própria humanidade. Mesmo com todas as dificuldades, nós circenses somos completamente apaixonados pelo circo, e para nós, o circo é a nossa própria vida. Somos ciganos, somos encantados, somos o coração pulsante do picadeiro, e ao circo, todo o nosso amor. Enquanto houver o sorriso de uma criança, o circo será eterno! Viva o circo!

Curiosidade

Abelardo Pinto, palhaço Piolim, foi um dos mais consagrados palhaços da história do circo Brasileiro, chegando a ser homenageado com honras pelo governo do estado de São Paulo. Seu aniversário era dia 27 de março, por este motivo a data foi escolhida como o dia nacional do circo.

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