A reivindicação para instalação da Casa da Mulher Brasileira em Ipatinga foi oficializada no último sábado (26), por meio de ofício entregue pela vereadora Cecília Ferramenta (PT) à secretária nacional de Política para as Mulheres (SNPM)
Ipatinga está na disputa com outros municípios para a instalação de uma unidade da “Casa da Mulher Brasileira” (CMB), centro de atendimento especializado no atendimento à mulher em situação de violência doméstica criado pelo governo federal e que atualmente funciona apenas em sete capitais: Campo Grande (MS), São Luís (MA), Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Distrito Federal.
A reivindicação para instalação da Casa da Mulher Brasileira em Ipatinga foi oficializada no último sábado (26), por meio de ofício entregue pela vereadora Cecília Ferramenta (PT) à secretária nacional de Política para as Mulheres (SNPM) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Fernanda Marsaro dos Santos. O documento, assinado por 16 vereadores, foi entregue durante o 4º Fórum Social de Mulheres “Brazilian Women in Power”, realizado em João Monlevade, e que contou com a participação de centenas de mulheres representando todas as regiões mineiras.
O ofício encaminhado pela Câmara solicita a inclusão de Ipatinga na relação de 25 municípios que receberão novas unidades da “Casa da Mulher”, espaço onde as vítimas de violência são acolhidas e recebem atendimento psicossocial antes de serem encaminhadas aos órgãos ou serviços disponíveis. No local, funcionam também a Delegacia de Defesa da Mulher, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Ministério Público e Defensoria Pública, e são ofertados cursos de capacitação profissional.
POLÍTICA DIFERENCIADA
Autora de importantes projetos em defesa dos direitos da mulher, como os que deram origem às Leis Municipais 4.160/2021, que institui o “Programa de Cooperação e o Código Sinal Vermelho”, e 4.162/2021, que institui o “Dia Municipal de Combate ao feminicídio, agressão e violência contra as mulheres”, além de propostas para criação da “Casa Abrigo” e do “Banco de Empregos para Mulheres vítimas de violência, Cecília Ferramenta disse que “é preciso uma política diferenciada, com um atendimento humanizado e integrado, para as mulheres que estão em situação de violência”.
Conforme Cecília Ferramenta, a “Casa da Mulher” poderá atender a outros municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço, cujas estatísticas de violência contra a mulher são elevadas. Apenas no caso de Ipatinga, por exemplo, conforme estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais, são registradas, em média, 1.500 ocorrências policiais por ano. “Precisamos somar esforços para evitar que a mulher fique peregrinando em busca de serviços públicos e criar condições para interromper ciclos perversos de violência que acabam, infelizmente, por desencadear em feminicídios, deixando crianças órfãs e famílias inteiras sobre a dor de uma perda que poderia ser evitada”, completa a vereadora ipatinguense.