Estudantes se reuniram no educandário para conversar sobre a experiência de ter obra selecionada para evento na cidade paulistana
IPATINGA – O curta-metragem Resíduos Enquadrados, produção coletiva de alunos da Escola Estadual Manoel Izídio, foi uma das atrações da Mostra Kino/Estudantil de Cinema de Campinas, promovida na segunda semana deste mês, no Museu de Imagem e Som de Campinas. A seleção da obra para o evento motivou um encontro dos realizadores do filme para celebrar a boa notícia juntamente com educadores e com o idealizador e realizador da Mostra de Cinema Ambiental do Vale do Rio Doce – Cinevale, Alexandre Luna, projeto patrocinado pela Fundação Renova, apoiado pelo Edital Doce. Resíduos Enquadrados foi produzido durante a Oficina de Cinema, Meio Ambiente e Mídia Móvel ministrada pelo cineasta Gustavo Jardim, Mestre em Cinema e Educação pela Fae/UFMG, e doutor em Comunicação Social pela Fafich/UFMG, realizador audiovisual e educador, Gustavo Jardim é diretor de filmes exibidos em festivais no Brasil e no exterior, com grande destaque nos projetos de cinema e educação em escolas públicas, universidades e grupos culturais
Com duração de três minutos, Resíduos Enquadrados faz um contraponto entre os impactos ambientais provocados pelas indústrias e a resistência da natureza a esses impactos. O curta é aberto com imagens de árvores em flores, do Rio Doce, de um céu azul. Na sequência, surgem imagens sobrepostas traduzindo o caos provocado pela intervenção humana no meio ambiente. Esse desarranjo é representado por fotografias de lixo, das chaminés industriais. O último minuto do curta é dedicado à narração em off e a estampas onde se pode notar um macaco inquieto procurando por um lugar seguro para se abrigar em meio a copas de árvores.
“Pensei em uma cápsula do tempo, como se estivesse sendo aberta, apresentando ao mundo o aquecimento global, a fome, a degradação do meio ambiente. Esse recipiente é associado a algo guardado há anos e sendo revelado agora. Contribuí com essa inspiração ao me lembrar de um livro que tratava de uma história sobre cápsula do tempo e que nos fez pensar em o quanto precisamos preservar a vida para hoje e para o amanhã”, sublinha Ana Alice, estudante do primeiro ano da Escola Estadual Manoel Izídio.
O filme concorreu a uma vaga na programação da Mostra na categoria Kino Gaia, focada em criações que enfatizem as relações entre o humano e o não humano, outras formas de vida presente nos contextos em que as pessoas existem.
O idealizador e realizador da Cinevale, Alexandre Luna, parabenizou os alunos que participaram da produção cinematográfica e motivou o grupo a se manter em atividades dedicadas ao audiovisual. “Os estudantes têm talento. Tiveram um filme selecionado para uma mostra importante em Campinas, deram um passo que vai inspirar os alunos a participarem de outras mostras, a estudar mais, a se dedicar mais à sétima arte”. Alexandre Luna destacou o apoio da Escola Estadual Manoel Izídio e do cineasta Gustavo Jardim. “A equipe pedagógica da Escola, os educadores, todas as pessoas que atuam no educandário, de alguma forma, contribuíram para que a Cinevale acontecesse com sucesso em sala de aula e ganhasse a projeção que comemoramos hoje”, completou o realizador.
Participaram da roda de conversa, além de Alexandre Luna, a professora Flávia Cândida, Mestre em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade; o diretor da Escola Manoel Izídio, Bruno Gomes de Menezes; a pedagoga Jamaira Lage, e os alunos que produziram o filme.
A Mostra Kino e a Mostra de Cinema Estudantil de Campinas, que acontecem juntas, integram o Programa Cinema & Educação, que promove a experiência do cinema na escola de Educação Básica. A Rede Kino, a coordenação do Museu da Imagem e do Som de Campinas, docentes e estudantes do Laboratório Olho – FE/Unicamp são parceiros do evento. As organizações atuam na divulgação de filmes produzidos nas/por escolas de Campinas e de outras regiões do Brasil.
Além da exibição de filmes, a Mostra traz em sua programação debates sobre temas relacionados à educação e o cinema.
A Cinevale é uma realização de Alexandre Luna, produção de Shirley Maclane, assessoria de comunicação de Goretti Nunes. A iniciativa conta com apoio da Fundação Renova, via Edital Doce e Prefeitura Municipal de Ipatinga.