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Nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como em 2021. Diferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série histórica.
A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população da cidade. Além das mais de 900 vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil de Ipatinga, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Em números absolutos os Cartórios registraram 1.347 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 44,5% maior que a média histórica de óbitos na cidade, e 65,68% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no município. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 83,02%.
Com relação aos nascimentos, Ipatinga registrou, até o final do mês de junho, 2.064 nascimentos, número 2% menor que a média de nascidos no município desde 2003, e 10,3% maior que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 13,46% em Ipatinga.
O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre na cidade, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 1.174 nascimentos a mais, caiu para apenas 717 em 2021, uma redução de 38,9% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 32,17%, e em relação a 2019 foi de 56,52%.
“O Portal da Transparência vem sendo usado por toda a sociedade para ter um retrato fiel do que tem acontecido no munícipio neste momento de pandemia”, explica Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil. “Os números mostram claramente os impactos da doença em nossa sociedade e possibilitam que os gestores públicos possam planejar as diversas políticas sociais com base nos dados compilados pelos Cartórios”, completa.
Natalidade e Casamentos
Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Ipatinga, o que deve fazer com que os nascimentos não demorem a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 o município registrou o décimo menor número de casamentos desde o início da série histórica.
O primeiro semestre de 2021, em Ipatinga, apresentou aumento de 2,1% no número de matrimônios desde 2003. E mostra também uma boa recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença. Até junho deste ano os Cartórios celebraram 884 casamentos civis, número 40,3% maior que os 630 matrimônios realizados no ano passado, e ainda 9,7% maior que os 806 casamentos celebrados em 2019.
Sobre a Arpen-Brasil
Fundada em setembro de 1993, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, que atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e o óbito.